O medroso e inseguro Éric
A noite não foi de palavras difíceis, nós nos entendemos muito bem e nem parecia quem há muito tempo estávamos desencontrados, num mundo que era só nosso e que ninguém habitava a não ser nós mesmos.
Que bom que esses mundos se encontraram, mundos engraçados, de áurea boa e de comunicação fácil, se bem que eles são complicados o suficiente para entenderem sobre os outros, mas não compreendem a si mesmos, pois são mundos complementares e de luz dependente. Dependentes um do outro.
A noite não foi de palavras difíceis, pois sabíamos que não veríamos a luz do dia juntos. Talvez pela rotação de cada órbita, talvez pela impossibilidade de um mesmo sol não poder iluminar, naquele momento, dois mundos tão diferentes. Precisava tempo e espaço. Nem mesmo sei como continuar essa história, pois tudo é confuso ainda na minha cabeça.
Na verdade a luz do dia chegou e eu ainda estava lá, sem presença de corpo, mas o pensamento e a alma não saíram de lá durante um dia inteiro. Parecia que eu não conseguiria sair de lá, que algo me prendia. Descobri que era o outro mundo, que esse outro mundo não me deixava sair por nada, mesmo que fosse forçado, mesmo que eu fizesse conta do tempo que eu não tinha, mas persistia em permanecer porque esse tempo havia parado.
Me lembrei que a noite não foi de palavras difíceis e que o complicado mesmo é quando estamos em silêncio e não podemos adivinhar o que o outro pensa, a não ser que esse silêncio seja acompanhado por um sorriso e um abraço sincero, ou até se o silêncio for acatado por ambos os mundos no mais belo dos encontros, o beijo, fora isso, tudo é incerteza, a menos que esses mundos se encontrem novamente, a menos que exista outra noite, ou dia quem sabe, em que o mundo pare e toda conversa não seja tão complicada como o silêncio desacompanhado de boas atitudes.

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